quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Maoismo: uma explicação do professor Mateusão (tirada do blog Grande Dazibao)


Tratamos aqui em explicar o porquê em defendermos de forma incansável, e ferrenha a imposição do marxismo-leninismo-maoísmo no movimento revolucionário mundial e principalmente entre o proletariado brasileiro.

Entendemos que o maoísmo é a terceira e superior etapa da filosofia revolucionária do proletariado, é terceira etapa, precedida obviamente por outras duas, desse modo, o marxismo de Marx e Engels é a primeira etapa desta grandiosa filosofia e conjunto de leis baseadas no desenrolar das civilizações, principalmente a sociedade capitalista contemporânea.

Bolcheviques marchando em Moscou.

A segunda etapa consiste no leninismo, desenvolvido por Vladmir Ilitch Ulianov “Lenin” à frente da fração revolucionária bolchevique. Uns dizem que o leninismo é uma “deformação” do marxismo, consideram um “revisionismo”. Esse problema não é atual, e se estende desde que Lenin iniciou o trabalho no partido bolchevique em despertar as massas para a construção de um novo poder na Rússia czarista. Os ataques contra a figura do nosso companheiro partiram de diversas correntes: czaristas, social-democratas, trotskistas, anarquistas, e liberais. 
O leninismo tornou-se marxismo-leninismo não apenas pelo pensamento leninista ter sido capaz de guiar a consolidação da “primeira ditadura do proletariado”, porém, o trabalho de Lenin serviu para fortalecer os princípios da filosofia marxista, quer dizer, Lênin preencheu algumas lacunas deixadas pelos marxistas do século XIX, que serviu para traçar uma linha muito clara entre os verdadeiros marxistas e os social-democratas que usurparam a IIª Internacional. Entre estes princípios, ou melhor, entre esses novos aportes podemos citar a contribuição do pensamento de Lenin para a compreensão do imperialismo que segundo o próprio Lenin era a “fase agonizante do capitalismo”, o trabalho dirigido por Lenin também serviu para mostrar e comprovar a necessidade e eficiência da organização do proletariado para tomar o poder, que só pode ser conquistado através da luta armada e não através do cretinismo parlamentar como pensavam e continuam a pensar os social-democratas e toda a ralé oportunista. O desmantelamento da linha oportunista de esquerda também foi outra contribuição, pois, segundo Lenin,  “o esquerdismo é a doença infantil no comunismo”.
Assumindo o a liderança da primeira ditadura do proletariado, a Rússia soviética em fase de reconstrução tornou-se o primeiro baluarte da revolução proletária mundial.
A organização da uma nova Internacional Comunista, a IIIª Internacional de 1919 serviu como base de apoio para a expansão do movimento proletário e revolucionário em todo o mundo, assim, nos próximos anos a Rússia e demais países que faziam parte do antigo império czarista uniram-se formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Entre os anos de 1919 e 1922 estouraram revoluções na Hungria, Polônia, Alemanha e Mongólia, esta última bem sucedida, tornando-se a segunda república popular no mundo.
No ano de 1924 o grande camarada Lenin morreu, porém, seu pensamento continuou vivo e as metas estabelecidas por Lenin foram continuadas e até superadas sob a liderança de outros bolcheviques como Kalinin, Zhdanov e Stalin.
Nas décadas seguintes a URSS seria exemplo para revolucionários de todo o mundo, partidos e organizações revolucionárias seriam formadas em países opressores e oprimidos, revoluções estourariam na Bulgária, Indonésia, China, Brasil, Espanha, Lituânia, Letônia, Estônia, Indochina, Malásia, Filipinas, Birmânia, Grécia, Albânia, Itália, Bélgica, França, Iugoslávia, Coréia, Romênia, Paraguai... Tudo isto em um período que vai desde 1924 até 1959, sendo que a maioria dos levantes revolucionários ocorreu entre meados dos anos 30 até o final dos anos 40.
Entre os anos de 1917 a 1956, a União Soviética mostrou-se fortaleza do socialismo e da revolução proletária, esta fortaleza infelizmente acabou desmantelada devido a certos problemas ideológicos, gerando certa confusão entre os membros do Comitê Central após a morte de Kalinin, Zhdanov e Stalin. Essa confusão ideológica abriu a guarda para que elementos mal-intencionados pudessem tomar o poder e tentar desmantelar o movimento revolucionário desde cima até em baixo, influenciando partidos em todo o mundo. Ainda assim, outros partidos resistiram e puderam dar novos ares para o movimento revolucionário, após a ruptura partidária entre o Partido Comunista da China e o Partido Comunista da União Soviética.
Com a realização dos XXº Congresso do PCUS em 1956 onde Kruschov apresenta um documento contendo mentiras a respeito da figura de Stalin, seguido da demissão da cúpula revolucionária do PCUS (entre eles Jukov, Kaganovich entre outros), e a reabilitação de antigos inimigos do socialismo que se encontravam dentro e fora do PCUS. 
Utilizando da influência e do prestígio que a URSS ainda dispunha, Kruschov e seu bando fizeram de tudo para influenciar outros partidos a assumirem uma linha revisionista baseada na difamação da figura de Stalin e seus defensores e nas teses revisionistas de “Estado e partido povo”,  “transição pacífica, coexistência pacífica e competição pacífica”. Esta tese ficou conhecida como “dois todos e três pacíficas”, uma estúpida tentativa de barrar o avanço da revolução proletária mundial.
É a partir dos primeiros anos da década de 1960 que a China surge como novo baluarte da revolução proletária mundial. Junto com o Partido do Trabalho da Albânia rompem com o pacifismo e submissão aos interesses da União Soviética que naquela altura havia se convertido em potência social-imperialista.
Até meados dos anos 60, o Partido Comunista da China sob o comando de Mao Tsé Tung moveu intenso debate com os comunistas soviéticos na tentativa de frear o avanço do revisionismo na União Soviética. Apesar de o avanço revisionista ter continuado, os debates onde o PCCh levantaram bem alto as bandeiras vermelhas da revolução deram coragem para que os comunistas revolucionários de todo o mundo rompessem com a linha oportunista e reorganizassem as forças revolucionárias, que de fato aconteceu nos anos seguintes, inclusive dentro dos países que haviam assumido o revisionismo como aconteceu na Polônia em 1964, onde o histórico dirigente Kazimieriz Mijal junto com outros dirigentes revolucionários remanescentes, organizaram o Partido Comunista da Polônia.
O lídero do Partido Comunista da Polônia com o presidente Mao e o camarada Kang Sheng, 1964.
A reação soviética foi imediata, acusando os comunistas chineses de “fraccionistas” e “hegemonistas”, quando na verdade os hegemonistas eram os próprios revisionistas soviéticos sob a batuta de Kruschov e Brezhenev.
Foi então a partir da década de 1960 que os comunistas de todo o mundo passaram a reconhecer Mao Tsé Tung como continuador do trabalho revolucionário desenvolvido por Marx e Engels em 1848.
A partir daquela época as teses de Mao Tsé Tung muito mais do que mostrar eficácia, mostraram seu caráter de validade universal, superando erros, lacuna e pormenores do marxismo-leninismo. Não fui uma tentativa de se contrapor ao trabalho de Marx à Stalin como falam os oportunistas, ao contrário, deu novos ares ao marxismo-leninismo, afiou a “espada da revolução”.
Porém, os camaradas menos entendidos no assunto devem estar se perguntando: que inovações são essas que o pensamento Mao Tsé Tung trouxe ao marxismo-leninismo e à revolução proletária mundial? Vários, como explicaremos a seguir.
Primeiramente, devemos compreender que o “pensamento Mao Tsé Tung” foi adotado pelo Partido Comunista da China em 1935, quando a linha esquerdista de Wang Ming foi derrotada. Esta linha pseudo-revolucionária foi defendida por Enver Hoxha quando Mao Tsé Tung morreu. O que Hoxha se esqueceu de dizer foi que Wang Ming, e seus cúmplices que se autodenominavam “bolcheviques” passaram o resto de seus dias na União Soviética de Brezhnev, soltando maldições ao socialismo chinês e à liderança de Mao Tsé Tung, Chen Bo Da, Lin Piao e Kang Sheng.
Naquela época, o pensamento de Mao Tsé Tung era a análise das contradições da sociedade chinesa e a forma de resolvê-las sob a luz do marxismo-leninismo, o que muita gente não sabe, ou melhor, o que o PCdoB, PCR, PCB e o PCML brasileiro não sabem é que a partir de então esse pensamento forjado no calor da revolução traria inovações ao marxismo-leninismo ao longo dos anos em que foi ideologia do Partido Comunista da China (1935-1976) até tornar-se a Terceira Espada do comunismo.
As concepções revolucionárias de Mao Tsé Tung foram inicialmente sintetizadas por Chen Bo Da no início da década de 50 em um livreto intitulado “Mao Tsé Tung na revolução chinesa”, depois as obras de Mao Tsé Tung foram compiladas em quatro volumes ao longo dos anos 50 e 60, chamados de “Obras Escolhidas” com o número respectivo de cada livro. Com base nestas obras, 1966 o camarada Lin Piao transcreveu trechos das obras para um livreto que ficou conhecido mundialmente como “Livro Vermelho”, onde de forma bem simples e clara mostrava as concepções revolucionárias formuladas por Mao Tsé Tung desde 1926 até 1965.
O comandante Lin Piao.
Tanto o camarada Lin Piao como o camarada Chen Bo Da foram difamados pelos revisionistas que tentavam dominar o partido durante a ofensiva da Revolução Cultural Proletária. Tendo estes revisionistas semeado confusão através de intrigas dentro do Partido Comunista, não tardou muito para que inclusive grandes dirigentes revolucionários acabassem iludidos pelas intrigas que visavam de toda a forma derrotar a ditadura do proletariado na China.
Exército Popular de Libertação em 1949.
Mao Tsé Tung foi um dos primeiros a defender a concepção revolucionária de que “o partido manda no fuzil e jamais deve ser o contrário”. Junto a esta concepção está a idea de que “o poder político surge a partir do cano de um fuzil”. Tomando estas duas concepções revolucionárias, elas dão mais força a duas concepções de Lenin:
- a de que o partido comunista é a organização máxima do proletariado
-que só os cretinos acreditam na tomada do poder pelo proletariado através das urnas
Entenda-se que as concepções de Mao não um plágio das concepções de Lenin, porém, são o desenvolvimento, fruto da aplicação do marxismo-leninismo. 
Compreendendo a função do exército do proletariado e a função de vanguarda do partido comunista, Mao Tsé Tung no calor da batalha também desenvolveu o modo como a tomada do poder deveria ser feita, como seria a guerra popular.
Assim  Mao Tsé Tung compreendeu a necessidade de uma guerra popular prolongada. Parece apenas uma simples questão de estratégia, porém, serviu para mostrar o caminho a ser seguido para a tomada do poder tendo o proletariado como classe vanguarda. Tornou-se totalmente claro que a revolução proletária não precisaria depender de algum golpe de estado, nem ser empreendida por tropas rebeladas do exército burguês. O povo junto ao Partido Comunista poderia organizar seu próprio braço armado. 
Como o próprio nome sugere, a idea de Mao era uma guerra popular de caráter prolongado, onde partia-se para ações mais simples, como a guerra de guerrilhas até chegar o momento de uma guerra regular de movimentos. Para a China dos anos 30 e a nos países dominados da época e da atualidade, a guerra popular consistia em ações a partir das zonas rurais até atingir primeiramente cidades pequenas, mais tarde as médias e por último as grandes cidades.
A sobrevivência do exército guerrilheiro popular depende do apoio das massas, ou seja, Mao também ensinou que “a guerra popular é uma guerra de massas”, ou seja, a vitória só poderia ser obtida contasse com o apoio de amplas massas. Para isso, Mao Tsé Tung também enfatizou sobre a questão de criar um exército culto, quer dizer, soldados e camaradas que tivessem cultura, que aprendessem a ler, escrever, que falassem de modo educado, que fossem respeitosos e que servissem as massas incondicionalmente. 
Muito mais que tratar educadamente o povo, deveriam ter um apoio forte, para isso foram criadas bases de apoio, quer dizer, zonas libertadas, administradas pelo proletariado junto ao partido comunista, criando assim um poder popular paralelo ao poder do governo opressor. 
Guerrilheiros do EGPL, Índia.
A concepção revolucionária da guerra popular prolongada logo mostrou a sua capacidade e sua universalidade em diversos países desde os anos 30 até a presente década do século XXI. Esta linha teve maior força durante a segunda guerra mundial, quando os partidos comunistas do Vietnã, Birmânia, Filipinas, Indonésia e da Malásia colocaram em prática esta concepção revolucionária, obtendo êxito especialmente na Malásia (onde além dos comunistas malaios terem expulsado os japoneses, também comprometeram seriamente o domínio britânico), a mesma coisa também ocorreu na Indonésia aonde chegaram a criar um governo de coalizão com os nacionalistas, e no Vietnã a região norte foi completamente libertada em 1954. A linha revolucionária da guerra popular prolongada continua a influenciar os revolucionários de todo o mundo, tomando os exemplos da guerra popular na Índia, Filipinas, Peru e Turquia.
Tropas do Exército Popular Anti-Japonês da Malásia.
Há certo engano quando dizem que a guerra popular prolongada inicia-se apenas em zonas rurais para poder chegar às cidades. O caráter principal é o tempo de duração da guerra, não importando exatamente (isso vai depender de cada país onde esta brilhante estratégia for aplicada) aonde deve começar. Temos dois grandes exemplos de guerras populares que iniciaram em zonas urbanas, citamos a ação das Brigadas Vermelhas na Itália, e a ação da Fração do Exército Vermelho na Alemanha Ocidental, ambos os grupos estavam sob a luz do maoísmo (pensamento Mao Tsé Tung na época).
Poster das Brigadas Vermelhas
Depende do partido comunista de cada país formular uma linha correta para desferir a guerra popular.
 As leis da contradição também foram outra grande contribuição dada por Mao Tsé Tung ao movimento revolucionário, especialmente com a publicação “sobre a contradição”, de 1937. 
Enfatizando sobre a necessidade da prática acompanhada com a teoria, Mao desenvolveu outra concepção: o método de prática->teoria->prática, ou seja, a partir da prática pode-se compreender os erros, e avanços, sintetizando-os, gerando uma teoria que deve ser posta em prática a fim de continuar o seu desenvolvimento.
Sobre a questão da contradição, devemos entender segundo Mao que um todo abriga em si dois contras, quer dizer, nesse momento de união existe uma contradição não-antagônica. Quando esses contras começam a lutar entre si, essa contradição se torna uma contradição antagônica e por isso se dividem, ao contrário da tese social-democrata que apenas a união deveria prevalecer. Essa é a regra que rege todo o universo, inclusive a dialética materialista, onde uma unidade abriga dois contras que quando desenvolvem o antagonismo, dividem-se, assim sucessivamente. 
Compreendendo  a unidade e luta de contrários, Mao também compreendeu a forma de resolvê-los, tendo cada tipo de contradição um meio apropriado para ser resolvido. 
Em uma contradição não-antagônica, como por exemplo, divergências de certas opiniões dentro do partido ou do movimento não podem ser resolvidas meramente com expulsão ou eliminação física dos divergentes, como sendo não antagônica, essa contradição deve ser resolvida com método brando, que é através do debate e da prática.
Agora, se um grupo divergente tenta sabotar o movimento revolucionário, a liderança e as bases, desrespeitando as normas de conduta, então, essa contradição passa a ser antagônica, não havendo mais condições de continuarem unidos, estes contras se separam.
A “luta entre duas linhas” também foi outra descoberta importante, já que esta representa uma contradição inicialmente não-antagônica que aparece no seio do partido e do movimento revolucionário. Essa contradição, ou melhor, essa luta entre linhas em seu caráter não-antagônico pode e deve ser resolvida através do debate e da prática. Quando assume um caráter antagônico, esse tipo de contradição só pode ser resolvido de forma radical: com a expulsão e devida punição aos quadros indisciplinados. A idea da luta entre duas linhas, reforça ideologicamente as forças revolucionárias e destrói a tese errônea da organização de caráter “monolítico”, já que, uma vez expulsos os dissidentes, outros surgirão até a organização acabar enfraquecida. Hoxha foi um dos maiores propagadores dessa idea errada, aconteceu que logo após a sua morte, o Partido do Trabalho da Albânia acabou desmantelado pelos próprios membros.
Na questão política a unidade e luta de contrários se estende até a chegada do comunismo, portanto contradições antagônicas e não-antagônicas continuarão a existir enquanto existir a luta de classes, que também é uma contradição.
A linha de massas foi outro aporte de grandiosa importância desenvolvido por Mao Tsé Tung à frente do Partido Comunista. A linha de massas se baseia no apoio total às grandes massas de trabalhadores, pois são as massas que podem realizar grandes feitos, são os donos do mundo. Baseando-se nas aspirações e anseios das grandes massas de trabalhadores, o partido comunista deve buscar compreender esses desejos, sintetizá-los e devolvê-los ao povo como forma de diretrizes. Resumindo em uma bela frase do próprio Mao Tsé Tung: COM A LINHA CORRETA TEMOS AS PESSOAS E OS FUZIS.
Com base na correta linha de massas, foi possível o desenvolvimento econômico e cultural da República Popular da China nos anos 50, como durante o Grande Salto à Diante e o Movimento das Cem Flores, que será explicado a seguir.
A necessidade do máximo desenvolvimento da economia socialista é fundamental e foi reiterado por Lenin. O presidente Mao e o Partido Comunista apoiados pela poderosa força das massas iniciou na segunda metade dos anos 50 uma poderosa linha de desenvolvimento do socialismo, investindo pesado na indústria e incentivando a criação de comunas populares, ou melhor, grandes fazendas coletivas e autônomas.
Entre os anos de 1956 a 1960, houve um grande salto na indústria e na agricultura, diferente das mentiras propagadas pelos inimigos do marxismo-leninismo-maoísmo. Para se ter uma idea, a partir de 1956 iniciou-se a produção de automóveis e motocicletas com base em protótipos desenvolvidos entre os anos de 1950 e 1953. Em 1958 a China além de iniciar a primeira transmissão de televisão também iniciou a produção dos próprios aparelhos. Maquinaria suíça foi comprada para a produção de relógios, além da produção agrícola ter batido recordes a cada ano. Nos anos seguintes também foram produzidos tratores, toneladas e mais toneladas de aço, máquinas de lavar roupas, geladeiras “Snow Flake”, turbinas de hidrelétrica, prensa hidráulica, e até computadores. Assim, o Partido Comunista sob a luz do pensamento Mao Tsé Tung foi capaz de transformar um país que até pouco tempo atrás era semifeudal em potência e baluarte da revolução proletária mundial até 1976.
Porém, a burguesia continuava infiltrada dentro do Partido Comunista, sendo respaldada pelos revisionistas soviéticos e seus capangas. Agindo com total cinismo, gente como Deng Xiaoping, Kao Kang, e Liu Shao Qi auxiliaram na sabotagem do Grande Salto à Diante, como por exemplo, na falsificação dos resultados obtidos durante as colheitas, provocando assim uma grave crise na distribuição de alimentos. A União Soviética pouco fez, enviou quantidade insuficiente de alimentos, obrigando a China a importar milho da Austrália e Nova Zelândia em 1960.
A sabotagem revisionista não parou por aí, tentaram corromper funcionários públicos, visando impor um modelo de administração burguesa, tanto nas fábricas, como nas fazendas e nas escolas, tudo isso respaldaria uma restauração capitalista que estava para ocorrer em meados dos anos 60.
Esta restauração capitalista a cada dia estava dia após dia corroendo as estruturas do socialismo e da Nova Democracia, visava aproximar-se de Kruschov e Brezhnev, transformando assim a ditadura do proletariado em uma ditadura da burguesia nacional, que consequentemente conduziria a uma restauração capitalista ainda na década de 60. Vários  quadros destacados do Partido Comunista (principalmente os que ocupavam postos dirigentes) estavam se corrompendo ou já haviam sido corrompidos pelo revisionismo de Liu Shao Qi, que na época era presidente da República Popular da China. 
Um pouco antes, mais exatamente durante os debates que se seguiram entre o Partido Comunista da China e o Partido Comunista da União Soviética no início dos anos 60, Mao Tsé Tung compreendeu os erros e os avanços do socialismo na União Soviética durante o período de Lênin e Stalin até a derrocada socialista iniciada por Nikita Kruschov e seus seguidores.
Assim, ele compreendeu que não bastaria destruir a burguesia apenas no domínio econômico, porque a burguesia tem a capacidade de se camuflar em outro sistema além de contar com um apoio internacional, que é o capital estrangeiro. Portanto, a burguesia fora do poder poderia subsistir como pensamento, costumes, ideas, portanto, as influências burguesias e feudais deveriam ser desmascaradas e aniquiladas.
No final de 1965, motins de estudantes e operários contra dirigentes burocratas começaram a ganhar força, mostrando mais uma vez a força e a sabedoria das massas, em reconhecer seus verdadeiros líderes e desmascarar os impostores. Esse ato revolucionário dos estudantes teve apoio dos revolucionários do Partido Comunista, incluindo o próprio presidente Mao, que no ano seguinte, lançaria a Grande Revolução Cultural Proletária.
Em 1966, foi publicada uma carta de 16 pontos onde Mao Tsé Tung e o Partido Comunista lançavam as diretrizes da Revolução Cultural, que adiaria a restauração capitalista em 10 anos, mostraria ao mundo todo a universalidade do “pensamento Mao Tsé Tung” e fortaleceria a China como baluarte da revolução proletária mundial.
Multidão de jovens, proletários e guardas vermelhos em 1966.
Assim, Mao Tsé Tung confiando na capacidade revolucionária da juventude e do proletariado dirigiu a ofensiva revolucionária contra as influências burguesas. Camponeses, operários, intelectuais, muita gente, especialmente os jovens aderiram às milícias populares, que ficariam conhecidos mundialmente como “Guardas Vermelhos”, defensores do pensamento revolucionário de Mao Tsé Tung.
Quando a delegação militar albanesa estava na China, Mao Tsé Tung perguntou aos camaradas albaneses se eles sabiam qual era o propósito da revolução cultural proletária. Eles responderam que o propósito da revolução cultural era desmascarar os corruptos. 
Porém, o grande timoneiro explicou que o propósito ia mais além, a Revolução Cultural serviria para destruir toda a influência burguesa, que se camuflava na ideologia, e nos costumes entre o povo.
Como o nome já sugere, a Revolução Cultural se tratava de uma REVOLUÇÃO, ou seja, ali se travava uma dura luta de classes, onde não tardou muito para que dirigentes burgueses também criassem seus próprios “guardas”, alguns inclusive anti-maoístas, que logo foram atirados no lixo da história.
Essa Grande Revolução Cultural Proletária atingiria de modo positivo todo o sistema socialista da China, começando desde baixo até os altos escalões. Vários dirigentes burgueses foram rechaçados pelo povo, e condenados pelos seus atos contra o povo e contra o socialismo, como Deng Xiaoping e Liu Shao Qi.
A história burguesa em coro com os revisionistas pós-76 tratam de dizer que a revolução cultural estagnou a economia da China, quando na verdade houve apenas uma leve queda entre 1966 e 1968, aumentando a partir de 1969 até 1979, quando a economia teve um retrocesso por causa da restauração capitalista.
É importante ressaltar que durante o período da revolução cultural a China lançou seu primeiro satélite artificial (1970), produziu a primeira TV em cores (1970), bomba de hidrogênio (1973), o arroz híbrido que aumentaria a produção em até 30% (1974). Ainda no ano de 1974, quase 100% (para ser mais exato, 98,5%) da produção total do país vinha do setor socializado, portanto, a República Popular da China avançava no socialismo.
Nessa época, vários partidos comunistas do mundo todo passaram a levantar bem alto a bandeira do marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé Tung, levando o proletariado a obter importantes vitórias sob essa linha revolucionária, como em Moçambique, Kampuchea Democrática e na Colômbia, onde o PCML -C estava construindo a República Popular da Colômbia, superando os pseudo revolucionários do M-19, ELN e FARC.
Apesar do socialismo chinês e a Revolução Cultural Proletária terem sido derrotados após a morte de Mao, esse tempo serviu para adquirir experiência na revolução cultural, serviu para aprender os métodos corretos, para aprender o que deve e o que não deve ser feito. 
Nos anos seguintes à morte do Presidente Mao, Enver Hoxha, que outrora havia sido um importante aliado da revolução proletária mundial passou a tecer críticas no mínimo estúpidas contra Mao Tsé Tung, e ao contrário de comandar uma onda da revolução proletária, os partido comunistas que aderiram ao marxismo livresco de Enver Hoxha passaram a capitular, como o próprio PCML da Colômbia, que em 1984 iniciaria o processo em depor as armas.
Os partidos comunistas que seguiram apoiando Deng Xiaoping teriam o mesmo fim, passariam a capitular ao longo da década de 80, como o Partido Comunista da Tailândia, Malásia e Myanmar.
Algumas organizações proletárias e revolucionárias continuaram com a guerra popular sob a luz do pensamento Mao Tsé Tung, como TKP-ML, o PC das Filipinas e o PCML da Índia, porém, o final dos anos 70 abriria uma nova era para a revolução proletária mundial, que ficaria muito mais claro na década seguinte.
Guerrilheiros peruanos do Ejercito Guerrillero Popular em 2011.

Guerrilheiros do Partido Comunista da Turquia (ML).
Em 1980 o Partido Comunista do Peru, sob o comando do presidente Gonzalo iniciou a guerra popular, a primeira guerra popular prolongada iniciada depois da morte do presidente Mao. Indo totalmente contra a ofensiva revisionista que os hoxhaístas lançavam, o PCP junto com outros partidos comunistas lutaram pela imposição do marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé Tung no movimento revolucionário. Dois anos depois, o PCP lançaria a consiga marxismo-leninismo-maoísmo, lutaria pela adoção do maoísmo como terceira e superior etapa do marxismo-leninismo principalmente quando  surgiu o Movimento Revolucionário Internacionalista, organização revolucionária e internacionalista que reúne vários partidos comunistas revolucionários desde 1984.
Prisioneiras de guerra homenageando o presidente Gonzalo e o verdadeiro PCP.
O depois do Partido Comunista da China, o Partido Comunista do Peru foi o partido que mais se destacou em desenvolver e divulgar a linha revolucionária do presidente Mao.
Os aportes do presidente Mao Tsé Tung não se encaixam mais ao termo “pensamento Mao Tsé Tung”, porque o pensamento é o resultado da análise e compreensão das condições de determinado país sob a luz do marxismo-leninismo. Atualmente o os aportes de Mao Tsé Tung são a nossa linha guia, que serve de base para criarmos um pensamento revolucionário.
Portanto, o marxismo-leninismo-maoísmo desde muito tempo vem mostrando a sua universalidade, as descobertas e desenvolvimentos do presidente Mao servem como linha guia para que partidos e organizações revolucionárias de todo mundo possam resolver suas contradições, seja a contradição interna, contradição externa, ou ambas.
Texto extraído do Blog Grande Dazibao

Um comentário:

Fonte: blog do professor Mateus

2 comentários:

Anônimo disse...

https://bertonesousa.wordpress.com/2014/11/19/o-governo-e-o-legado-de-mao-tse-tung/#comments

Revistacidadesol disse...

Esse texto do Bertone é muito ruim. Não vejo nada que prestasse. Mao parece Valdemort e os chineses são trouxas.