segunda-feira, 16 de abril de 2012

Schwarz X Caetano Veloso: metendo a colher de pau

Caros editores da Folha:



A polêmica Schwarz X Caetano é desdobramento de duas polêmicas anteriores:

Antonio Candido X Haroldo de Campos e Glauber Rocha X Schwarz.

Haroldo de Campos rompeu com Antonio Candido por causa do barroco baiano

Gregório de Matos, que não apareceu na história da formação da literatura

brasileira do Candido.

 

Glauber Rocha começou a briga dele com o CEBRAP em 1977, quando respondeu a

um artigo de Roberto Schwarz sobre o tropicalismo, chamando o artigo de

"judeu, alemão, colonialesco". Para Glauber, o ponto de vista de Schwarz não

era brasileiro. O que se pode notar é que Schwarz dá primazia ao

tropicalismo musical. O tropicalismo na música foi inspirado no movimento do

Cinema Novo e teve, nos anos 60 mesmo, muito mais repercussão e sucesso do

que as músicas.

 

 

O artigo de Schwarz sobre o tropicalismo tem o defeito de imaginar que

cineastas, músicos e diretores teatrais deveriam, nos anos 60 mesmo, ter

levado mais a sério as análises pós-relatório de Kruschev que fez o grupo de

leitura de O Capital na USP. No entanto, Glauber, Zé Celso e Caetano não

davam a menor bola para o seminário de O Capital e nem para o CEBRAP. O PCB

da época, sim.

 

Diga-se de passagem, Godard e Bunuel elogiaram o Cinema Novo e Foucault e

Barthes estiveram em uma defesa de tese sobre esse movimento.

 

Att

Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior


Nenhum comentário: