segunda-feira, 18 de julho de 2011

A margem da margem da margem da margem

Lúcio Jr.


(Produção da oficina Releituras Literárias, sob sugestão da Soraya)


O pai em sua sina oca de existir
Eis aí mero feitio: preparar-se, durante a vida, para pedra.

Um dia entrou numa e partiu na canoa da doideira.

Barco bêbado, choramos.

Mas descobri que papai tinha as feições de um quase-artista.

E daí virei o pai de papai.

O filho que falou o não-calar

E que ficou fui eu.


E, para ocupar o lugar do pai

No palco da vida,

No campo da poesia

Bastam poucas palavras, quase outras.




Poetar, narrar, musicar;
Esse o é compasso do mais certo.


Ao invés dos conformes do vivido,

Preferi o fundo do sem-fundo.


Escritura do rio adentro,
Lua que longe leva.

A vida me sai da vida seca e entra nas histórias.

A rosa é do Rosa, que é uma rosa é uma rosa.

Eis a vida que está para morte

Como a poesia está para a prosa.

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