domingo, 17 de agosto de 2008

Retrato dos Artistas, Desde Jovens

7/08/2008 - 07:17 Enviado por: Mariene de Campos

“RETRATO DOS ARTISTAS, DESDE JOVENS”

A arte como permanência no mundo
Dança nas beiradas de olhos fechados
Muitos morreram no globo da morte antes da estréia
Caíram da corda bamba antes da rede erguida
Até os bambas vacilam e tombam
Ouve o chamado que ensurdece
Voz do mundo que encarna em si
Cabaça de biriba.
Não trocam de ofício, o torna sagrado
O ofício do novo
Não estamos sozinhos
A arte permanece quando morrem as mães
A arte permanece quando fracassam os políticos
Quando o casamento acaba
Quando não se evitam as falências
Somos artistas, até sem domicílio ou nação
Não faremos concursos públicos
Não seremos crianças obedientes
Seremos expulsos, mas arte:
PERMANECERÀ!
Não somos intelectuais nem professores, somos ARTISTAS!
Criatividade insubmissa, exuberância íntima, intuíção!
O cotidiano como medida da plenitude
Sem meio expediente.
Ainda que se fabriquem armas nos desertos, ainda que se auto-destruam
Comensais no manicômio, piratas das heranças
Poetas não morrem, antecipam a madrugada.
Quem não come pimenta no almoço, não tem fogo na língua,
Todo cadáver não fala.

(achei na rodoviária, não sei de quem é, não sei quem fez, decorei, virou mantra de sobreviver artista)

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